20 de jan. de 2015
Pressão do Bom Senso funciona e Dilma veta refinanciamento dos clubes
Dilma Rousseff vetou na noite desta segunda-feira o refinanciamento das dívidas dos clubes de futebol brasileiro sem nenhuma contrapartida, conforme antecipou o Blog do Juca Kfouri. O projeto previa o alongamento da dívida por 20 anos, com juros reduzidos, próximos à Taxa de Juros de Longo Prazo (5% ao ano), redução nas multas e nenhuma regra de responsabilidade.
O refinanciamento sem que os clubes tenham nenhuma obrigação em troca foi uma manobra legislativa do deputado Jovair Arantes, da bancada da bola. Ignorando meses de discussão entre clubes e Bom Senso FC, o parlamentar, às pressas, incluiu o texto na forma de um artigo em uma Medida Provisória (656), que nada tem a ver com futebol, e sim com a isenção de imposto a importação de um equipamento usado na agropecuária.
Após a derrota, uma pessoa ligada a Jovair afirmou à reportagem que a bancada da bola já esperava o veto - a medida tería sido uma forma de chamar a atenção do governo para a necessidade de resolver rapidamente o problema dos clubes.
A atitude revoltou o Bom Senso, que defende que os clubes sigam regras para evitar o endividamento, o não pagamento de salários e o caos financeiro. O movimento tinha participado ativamente de diversas rodadas de negociações da Lei de Responsabilidade Fiscal, que reuniu CBF e clubes em busca de um texto que ajudasse os times, mas ao mesmo tempo estabelecesse regras de responsabilidade.
Nesta segunda, a CBF chegou a pedir à presidente que sancionasse a "gambiarra" de Arantes. A Fenapaf, entidade sindical de atletas nacional, mudou de lado: depois de se aliar ao Bom Senso e defender os jogadores, retificou sua posição, apoiou a CBF e pediu a aprovação do texto que revoltou os atletas. A entidade que comanda o futebol brasileiro prometia, ainda, criar suas próprias regras de responsabilidade financeira para os clubes.
Os apelos não foram ouvidos por Dilma Roussef, que agiu dentro do esperado pelo Bom senso. Em conversas em Brasília, a presidente já tinha dado sinais claros de que não aprovaria nenhum refinanciamento sem contrapartidas dos clubes.
Agora, a tendência é que a discussão da Lei de Responsabilidade Fiscal volte à tona. Os fatos que cercaram a inserção do artigo 141 na MP 656 devem, entretanto, abalar a confiança e afastar as posições da CBF e do Bom Senso.
0 Comentários
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagens populares
-
Segundo editorial do ultimo dia 23, terça-feira, do site Valor Econômico, devem ser levantados pelo governo federal, cerca de R$ 15 a 2...
-
Descoberta foi feita por um jovem recém-formado pela UnB, que identificou uma forma de instalar programas fraudados dentro do sistema ...
-
E a conclusão que se chega é: foram quatro anos bem complicados. 1. Quando se descobriu o nome de alguns dos envolvidos no desvio de d...
-
Polícia Federal descobriu grande quantidade de diplomas falsos entre médicos cubanos do “Mais Médicos”, programa eleitoreiro do PT na t...
-
“UM TIRO NA CABEÇA” A Polícia Federal identifica um dos autores das ameaças de morte a Joaquim Barbosa, presidente do STF. É um integran...
-
Ao estabelecer novas regras para pensões por morte, o governo do PT quer entregar o dinheiro da previdência para os bancos Depois de anu...
-
A presidente Dilma Rousseff explica por que guarda ''em casa'' R$ 152 mil em espécie, valor que consta na sua declaração ...
-
De carne estragada a uso de produtos cancerígenos em doses altas, passando por reembalagem de produtos vencidos, carne contaminada por b...
-
É isso que informou em entrevista concedida ao site Congresso em Foco, divulgada no ultimo dia 30, o Procurador Geral da República Rodri...
-
Ontem, terça-feira (21), o advogado Luis Carlos Crema protocolou na Câmara dos Deputados pedido de impeachment da presidente Dilma Ro...