
O governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), adotou um tom mais incisivo nas críticas ao governo federal e afirmou que o Brasil precisa livrar-se "da máquina corrupta que insiste em sequestrá-lo". Em discurso nesta quinta-feira, durante a cerimônia de posse do secretariado em São Paulo, o governador disse que os paulistas querem "contribuir para elevar o padrão da política brasileira, alicerçada na ética". "Considero repugnante a prática política que transforma o Estado em um clube", criticou.
Alckmin afirmou que "entendemos o recado das urnas, não fomos premiados, mas recebemos uma missão dos paulistas". No Palácio dos Bandeirantes, o governador disse que o povo paulista tem rejeitado "a ilusão do populismo fácil e do reacionarismo". "O discurso do pessimismo só é mais fácil do que o do otimismo irresponsável", completou.
O governador falou ainda sobre a atividade brasileira. "Todos nós conhecemos os duros prognósticos para economia nos próximos anos", disse, acrescentando que "o País poderá viver dias difíceis".
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, iniciou o discurso para a posse dos seus secretários, no Palácio dos Bandeirantes, citando o ex-governador Mário Covas, de quem foi vice, e homenageando os também ex-governadores José Serra e Alberto Goldman, estes presentes à solenidade. Segundo Alckmin, Covas deu exemplos de objetividade, inteireza, caráter e sensibilidade. "Governar, ensinou ele (Covas), é não deixar ninguém para traz", afirmou o governador, acrescentando que isso foi feito e continuará a ser perseguido.
"Hoje é um dia feliz em que presto homenagem a José Serra, grande governador de São Paulo", continuou Alckmin, "homem público, ousado e guerreiro incansável desde a juventude". Em relação a Goldman, o governador destacou que é um homem "cuja vida honra a política e democracia brasileiras".
Crise hídrica
O governador tocou na crise hídrica vivida pelo Estado durante o discurso. Mas não se estendeu muito. O assunto havia ficado de fora do pronunciamento feito mais cedo, na Assembleia Legislativa do Estado, onde ele fez juramento e foi empossado para um novo mandato.
"Estamos enfrentando pior crise hídrica de nossa história", reconheceu. "A participação da população comprova que a união faz a força", completou, referindo-se a esforços feitos pelos paulistas para atenuar os efeitos da escassez de água.