O petista Gilberto Carvalho entregou ao companheiro Miguel Rossetto o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidente. Seu discurso soou como um desabafo. “Nós não somos ladrões“, disse a certa altura. “Temos que levantar a cabeça e honrar nossa luta.''
Amigo de Lula, Gilberto alvejou o tucanato. “A quem disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, quero responder dizendo que essa é a nossa quadrilha… Para eles, pobre é quadrilha, essa é a quadrilha dos pobres, que foi o tempo todo marginalizada. Com muito orgulho quero dizer que eu pertenço a essa quadrilha.'' Depois, em entrevista, disse que respondia a Aécio Neves.
Numa referrência ao mensalão, Gilberto afirmou: “Diferentemente de antes, cada um de nós companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço, doloroso para nós, mas pagou um preço. Isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano.''
O raciocínio do agora ex-ministro contém dois erros. O primeiro é chamar crime de “erro”. O segundo é imaginar que a passagem da cúpula do PT pela Papuda fixou novos padrões. O petrolão mostra que, na maior estatal brasileira, os prepostos do PT, do PMDB e do PP estavam tão ocupados em salvar o partido que esqueceram de ser honestos.