15 de jan. de 2015

Dilma gastou irresponsavelmente e agora faz o trabalhador pagar a conta

Viúvas, jovens trabalhadores, prestadores de serviço... A conta do descaso econômico petista é alta e será paga por todos.




Dilma iria a Davos para tentar “reconquistar a credibilidade” perdida no seu primeiro mandato. Não vai mais. Ela, que levou falta nas manifestações contra o terrorismo na França, achou por bem não repetir a desfeita na posse de Evo Morales, que iniciará o terceiro mandato consecutivo como presidente da Bolívia.

Diferentemente do ex-ministro da Fazenda, que não demostrou apreço a solenidades. Mantega saiu da equipe econômica tão humilhado que se negou a “passar a faixa” para seu sucessor, Joaquim Levy. Há quem compreenda o rancor. Mas porque o entende como um mero funcionário dedicado à lógica econômica da autoritária Dilma Vana Rousseff. Fato é que a “mãe do Programa de Aceleração do Crescimento” freou o avanço do PIB, mas manteve o pé no acelerador no tocante aos gastos públicos. Só de propaganda, por exemplo, foram mais de 5 bilhões de reais. Feito o estrago, a missão pedia ao menos duas grandes medidas: tornar legal a gastança cometida; e levantar a grana necessária para cobrir o rombo.

A primeira custou até barato ao governo, algo em torno de R$ 748 mil por parlamentar. Usando o Diário Oficial da União, Dilma comprou cada voto ao condicionar a liberação da verba à aprovação da PLN/36, projeto de lei que, na prática, inutilizou a Lei de Responsabilidade Fiscal, considerada por muitos economistas como a maior vitória da nossa jovem democracia. Mas a oposição vendeu caro, esticando a sessão por 18 horas de muito bate-boca.
18 bilhões de reais

Dezoito vem sendo um número recorrente para o PT. Ou melhor: 18 bilhões. Até o momento, por exemplo, é o rombo calculado nos cofres da Petrobras com o Petrolão. Coincidência ou não, foi a mesma quantia que o governo economizou ao reduzir os benefícios trabalhistas, principalmente no direito das viúvas sobre pensões vitalícias. Coincidência ou não, a mesma quantia que o governo doou à estatal para equilibrar a arrombada contabilidade da empresa.

Mas não é mera coincidência. A economia de qualquer nação possui uma dinâmica muito semelhante à de um ecossistema. Mesmo não tendo uma relação direta, todas as espécies dependem de um mesmo equilíbrio no meio ou de alguma forma serão prejudicadas. Ou seja: não é de todo leviano associar um rombo de 18 bilhões de reais cometido por corruptos a um corte de gastos de igual valor nos direitos dos trabalhadores.

Todavia, as viúvas do INSS não foram as únicas a entrar na vaquinha para bancar a gastança petista. Os mais jovens também foram atingidos. A intenção é que precisem trabalhar 3 vezes mais (aumentando de 6 para 18 – olha o número cabalístico novamente – meses de trabalho) para terem direito a seguro desemprego. Por que os mais jovens? Porque são eles os que possuem a carreira mais instável e mais se utilizam do benefício. Mas, na prática, atingirá nada menos que 60% dos trabalhadores brasileiros.

Joaquim Levy também quer chegar ao que popularmente ficou conhecido como “pejota”, o funcionário que possui um CNPJ e negocia direito a direito com seus contratantes. A medida, que vem sendo usada como alternativa à CLT para o mercado manter um alto nível de empregabilidade, soa atrativa por permitir salários maiores, já que o custo com impostos é baixo. Mas o governo pretende mudar as regras. Em alguns casos, o prejuízo com impostos pode subir de 4% para 27,5%.

Entretanto, o IR está longe de ser o único imposto na mira da nova equipe. E, como a economia atende a este “efeito borboleta”, ninguém deve sair ileso da lambança econômica de Dilma e companhia. A conta de energia, por exemplo, deve subir 40% ainda este ano para cobrir os gastos que o governo teve com o desconto anunciado em rede de rádio e TV anos atrás. Aindústria também segue em queda e algumas fábricas já começam a demitir funcionários, o que dá início às primeira greves de um 2015 que já nasce complicado.

Em 2014, a presidente do Brasil participou pela primeira vez do Fórum Econômico Mundial e, segundo o Financial Times, o país saiu de lá como “o grande perdedor“. Derrota esta que findou ofuscada por tantas outras que se acumularam durante ano. A preferência pela Bolívia soa descaso da presidente para com a credibilidade que se busca resgatar, mas talvez seja melhor deixar que a nova equipe econômica represente a nação em Davos. Se não há como ajudar, que Dilma ao menos não atrapalhe.
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