15 de jan. de 2015

Lava-Jato: MP apura uso indevido de verba da Petrobras na Arena do Timão

Dutos da empresa passavam no local onde o estádio foi construído, em Itaquera. Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social quer saber se houve propina




Segundo a reportagem do Valor, a promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social fará ao menos cinco investigações sobre possível pagamento de propina em obras em São Paulo por meio de repasses a empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava-Jato.


Ainda de acordo com a reportagem, os inquéritos civis que investigarão improbidade administrativa serão instaurados em até 30 dias. A Polícia Federal apura desvios de recursos em contratos com a Petrobras.

A Arena Corinthians foi construída pela Odebrecht (uma das empresas investigadas na Operação Lava-Jato) em Itaquera, numa área por onde passavam dutos da Petrobras, que foram removidos em fevereiro de 2012. A realocação dos dutos foi realizada pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, e pela Sacs Construção e Montagem Ltda.


A reportagem do Valor Econômico registra que, em nota, a Transpetro informou que o "remanejamento dos dutos e seu custo foi de responsabilidade do consórcio construtor" e que "não fez ou recebeu qualquer pagamento." A Odebrecht informou que precisaria de mais informações para se manifestar. A Sacs não respondeu ao questionamento da reportagem do Valor Econômico.

Parte da obra foi financiada pelo BNDES. A Caixa foi a intermediária da liberação do valor de R$ 400 milhões para o estádio, que recebeu a abertura da Copa de 2014. O Corinthians precisa começar a pagar em junho - a primeira parcela é de R$ 100 milhões, e o clube tem encontrado dificuldade para levantar essa quantia. Um fundo de captação de recursos foi montado especificamente para essa finalidade. Toda a renda dos jogos da Arena vai direto para este fundo, sem passar pelo clube.

Ainda de acordo com a reportagem do Valor Econômico, a investigação foi motivada por informações divulgadas pela imprensa sobre planilha de Alberto Youssef que sugere atuação do doleiro em 747 obras no país.
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